Paulo Henrique preferiu ser chamado de Ganso.
Um apelido escolhido pra não esquecer sua origem, de como era chamado na categoria de base tão logo chegou ao Santos.
Tal fez recentemente Lucas que antes era chamado de Marcelinho, o futebol de Paulo Henrique decolou junto com seu apelido.
Uns o chamam de PH, bem assim na intimidade, mas quando o assunto é sério, é de Ganso mesmo que o chamam.
Ganso se consagrou em 2010 nas finais do paulista e foi figura importantíssima na campanha da Copa Brasil daquele mesmo ano.
Era ele, seu parceirinho Neymar e "Companhia Talentosa"(*), diga-se de passagem que os levaram ao auge.
Com seu estrelato veio a fama, o dinheiro, as abordagens, as investidas, a nova casa, o novo carro e tudo o que alguém que chega ao apogeu no futebol poderia querer.
Porém, tempos depois, em pleno campeonato brasileiro e num dia fatídico Ganso se machuca. Lesiona o joelho e sai de cena de cabeça baixa e triste.
Em março de 2011, seis ou sete meses depois, a tão esperada volta do Ganso acontece. E que volta. Com direito a passe milimétrico e o gol da virada santista.
Em poucos minutos em campo e o mundo inteiro concluiu, Ganso está de volta. Que bom para o futebol.
Como no samba famoso de Paulinho da Viola entretanto, havia um porém. “Porém, ai porém...Paulo Henrique não era mais o Ganso que todos conheciam. Ganhou corpo, massa muscular, plumagem e postura diferente. Havia se transformado num Pavão.
Pavão, aquela ave ornamental que tem como exigência principal o poleiro.
Apesar da bela partida deste recomeço, os jogos seguintes foram marcados pela desconfiança geral.
Um tanto da sua torcida acha que está com a cabeça longe e que está tirando o pé e ao meu modo de ver é que vai demorar para PH virar Ganso novamente.
Enquanto o futebol não reaparece, o Pavão vive da fama do Ganso, aquele de 2010, com direito a polêmicas, forçações de barra para ser vendido e outras fofocas mais agudas.
Gostaria sinceramente de ver o Ganso de volta, sem polêmicas, sem frescuras e jogando aquele futebol participativo e decisivo que um dia jogou. Não só para o bem do Santos como da seleção brasileira.
Esta coisa de especulações na mídia e o balaio de fofocas em que se transformou sua carreira, não condizem nada com o seu futebol ético e moral que já jogou e pode ainda se Deus quiser jogar.
Este Pavão que está aí vive como disse de pose, de status daquilo que um dia foi.
No começo da carreira quando era aquele patinho feio, o vi e achei que tinha um potencial como daqueles artistas canhotos como Ailton Lira e Pita. Mas me decepcionou um ano inteiro até desanimar de que era mais um fiasco no futebol.
De repente ressurge como um Fênix e acende pra carreira com um futebol vistoso, elegante e decisivo como um dia pude nele imaginar.
Se este Pavão de hoje puder com humildade ser o Ganso que sempre foi, ainda restará um tico de esperança pra quem gosta de futebol e da moralidade.
Sabedor da gravidade da sua lesão, acho que não será tão fácil assim. Mas por estas e por outras, é que ele não deveria estar na mídia falando sobre contrato se seu futebol ainda for esta coisa incerta.
Aí vejamos na encruzilhada em que se meteu:
Quinta-feira próxima dia 14 de abril de 2011 tem um jogo cujas fichas santistas estão depositadas nele e somente nele. Se acha-se assim maior ou igual a Neymar, se tem ciúmes ou não, se acha que lá fora o valorizam mais ele do que seu time de “coração”, se é amigo do Leonardo e fala todo dia com ele ou não, se vai pra times rivais ou não, se usa segurança ou não, se vai cumprir o contrato até 2015 ou não, se vão baixar sua multa ou não, o que estará em jogo é a sua capacidade de decidir sozinho em condições totalmente adversas, como o craque extraordinário que todos imaginam que foi e sempre será.
Se como no principio se portar como um patinho feio e deixar pairar qualquer dúvida e segurança no seu modo de atuar, sua carreira ficará sob suspeita pra todo o sempre.
Logo, o Pavão emplumado num dezembro precoce, perderá suas penas rapidamente e nós seus torcedores de plantão faremos a tão singela pergunta:
Meu caro Paulo Henrique, quem dos dois pagará o Pato? o Ganso ou o Pavão?
Torço para a vitória do Santos, pois
“Graças ao Nosso Deus do Céu, Somos Santos na Terra”
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